Redação do blog
Primeiras
Cartas do Surrealismo, Nova Iorque,
1942
O intransigente mentor dos surrealistas, André
Breton, convidou Marcel Duchamp para bolar o lançamento oficial do surrealismo
em Nova Iorque. “Provocação” foi o que Breton não poderia deixar de pedir,
coisa que foi atendida com bom humor por Duchamp, começando pelo título da
exposição, First Papers of Surrealism, Primeiras Cartas do
Surrealismo – a possível naturalização do movimento em 1942, época em que o
mesmo encontrava-se em dissolução. Breton, solitário e descontente com o
bulício de Nova Iorque, foi recompensado por quem, em suas palavras, tinha um
“poder antecipador” e “não estava disposto a envelhecer”. A sala da exposição
recebeu uma interferência com cordões cruzados a partir de vários ângulos do
teto para formar uma grande teia irregular, labiríntica, que se estendia até o
piso e entre os painéis. Além dessa lúdica rede, que dificultou a apreciação
das obras, Duchamp reuniu um grupo de meninos e meninas – com uniformes
esportivos, bolas e cordas de pular – para animar a abertura. Em caso de
reclamação, recomendou as crianças que revidassem com “o Sr. Duchamp disse que
a gente podia brincar aqui”. (J.S.)
Um comentário:
Duchamp fractal
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