Da Redação (J.S.)
Poucos
judeus tiveram a sorte de Albert Einstein, 1879-1955. Quando Hitler chegou ao
poder em 1933, o físico, que mudou a visão do universo clássico, visitava os
Estados Unidos, e por lá ficou, obtendo a cidadania em 1940.
As
constatações físicas de Einstein são conhecidíssimas, nem tanto o que pensava
sobre o mundo em que vivemos, embora sem a sua lucidez metaforizada em seus
cabelos eletromagnéticos, apontados em todas as direções do infinito como se
ele fosse um personagem que saiu do pincel de El Greco.
Einstein
reconheceu que a ciência não pode se desvencilhar de um axioma: a percepção não
é suficiente para fundar o conhecimento científico. De qualquer maneira, ele
não relegou a ideia de que certas obras de arte dizem o que nenhuma fórmula
científica pode dizer. Einstein, no mínimo, não separou intuição de intelecção,
concluindo que os conhecimentos se equivalem, cada qual com suas ferramentas.
Assim ele pode afirmar que a ciência não independe do absoluto, porém pensado
no campo da relatividade, sendo categórico nessa arquitetura que animou
predecessores como Kepler e Newton: “O espírito científico, fortemente armado
com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica”. Nessa visão, os deuses
antropomórficos não significam nada: tal mística “não tem dogmas nem Deus
concebido à imagem do homem, portanto nenhuma Igreja ensina a religião
cósmica”.
A
força afetiva e conceptiva de Einstein estava na intuição, capaz de atingir
culminâncias científicas que não desconheciam as volições humanas onde, por
fatores civilizatórios, se perdeu o contato com a animalidade terna: “Minha
condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro por
que estou nesta terra, mas às vezes o pressinto”.
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