quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Retrato


Por Jayro Schmidt


Médium Romulo Schmidt
 retrato feito por R.S.

Bem antes do surgimento da teoria da informação, já se sabia que o sentir, que pressupõe o sentido, é percepção gerativa, desencadeia linguagens.
E isso, no subliminar, tem todas as idades por estar associada com a memória e a imaginação.
O ato da percepção, na mente infantil, está intacto, pronto para captar o instante, sobretudo depois que o roçar das unhas no lençol transfere-se para o instrumento da escrita e do desenho, que são indissociáveis.
O desenho acima – feito pelo editor desde blog por volta dos seis anos de idade – é um bom exemplo para esse argumento.
Em menos de quatro minutos, com uma folha de papel carta apoiada no assoalho, eis que apareci com traços ágeis, pois é o meu retrato relativamente jovem, mas já com as entradas de teimosa careca. E eu estava de pé conversando com um amigo, em movimento, e ele, o desenhista arguto, agachado.
Ao mencionar o sentir que doa sentido, comecei a preparar o terreno para poder dizer que o retrato foi obra da sinopia, que é a memorização ativa da imagem e transmitida com o mesmo ímpeto do relâmpago.
A sinopia, por outro lado, pode ser pensada como ciografia: a percepção reúne elementos de profundidade que dão vida à superfície que, dependendo da introvisão, manifesta-se com o símbolo.
A simbolização está no colar com seis estrelas, e a sétima acima como se fosse a assinatura.
Então me pergunto: por que sete estrelas? Pergunto porque o sete é meu número de nascimento, em sete de sete de quarenta de sete.
Que tal, confluência, coincidência, acaso?



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