A
NOVALIS
Em
terra escura descansa o sagrado estrangeiro.
Da
suave boca Deus tomou-lhe o lamento,
Lá
ele feneceu em seu desabrochar.
Uma
flor azul,
Sua
canção permanece na casa noturna das dores.
KARL
KRAUS
Branco
pontífice da verdade,
Voz
cristalina, onde habita o glacial sopro divino,
Feiticeiro
irado,
Sob
cujo manto flamejante tilinta a armadura azul do guerreiro.
CANÇÃO
DE KASPAR HAUSER
Para Bessie Loos
Ele
de fato amava o sol, que purpúreo descia a colina,
Os
caminhos da floresta, o canto do pássaro negro
E
a alegria do verde.
Sério
era seu morar na sombra da árvore
E
pura sua face.
Deus
disse uma suave chama a seu coração:
Homem!
Em
silêncio, no entardecer, seu passo encontrou a cidade;
O
obscuro lamento de sua boca:
Quero
tornar-me cavaleiro.
Mas
arbustos e animais o seguiam,
Casa
e jardim crepuscular dos homens brancos
E
procurava-o seu assassino.
Primavera
e verão e belo o outono
Do
justo, seu passo silencioso
Nos
escuros aposentos dos sonhadores.
Durante
as noites ficava sozinho com sua estrela;
Viu
que a neve caíra sobre os galhos nus
E
no corredor da casa crepuscular a sombra do assassino.
Prateada
tombou a cabeça não nascida.
Tradução de Luiz Carlos Mesquita e Jayro Schmidt
Um comentário:
El amaba sin duda el sol que por la colina bajaba purpúreo,
los caminos del bosque, el negro pájaro cantor
y el verdor alegre del follaje.
Gravemente moraba a la sombra del árbol
y era puro su rostro.
Dios habló, dulce llama, a su corazón:
¡Oh criatura!
Al caer de la tarde encontraron en calma sus pasos la ciudad;
el oscuro reclamo de su boca:
Quiero ser un jinete.
Lo seguían empero el árbol y la bestia,
la casa, el jardín vespertino de hombres blancos
y su asesino iba en su busca.
Primavera y verano y hermoso el otoño
del justo, su leve paso
al lado de las oscuras alcobas de los hombres que sueñan.
De noche se quedaba solo con su estrella;
vio que caía la nieve en la rama desnuda
y en la sombra vespertina del zaguán la sombra del asesino.
Plateada cayó la cabeza del que no nació.
Traducciòn Americo Ferrari
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