Redação do blog
Poeta escultor-pintor
Aos setenta e sete anos, o poeta C. Ronald nos
surpreende com sua lucidez irada, desta vez com a mostra de esculturas e
pinturas no Museu de Arte de Santa Catarina. Ele que nos tem surpreendido a
cada livro que publica, superando-se a si mesmo e a tantos poetas que não vão
além da fatuidade, pois sua poesia nos diz sobre a fatalidade da existência.
A mostra tem a curadoria de Juliana Hoffmann, que com
a admiração pelo poeta, e com persistência convenceu-o a expor o que produziu ao
longo de tantos anos como ato de realização pessoal, sem querer se dizer
escultor e pintor.
De fato, nem uma coisa e outra, mas poeta escultor-pintor
com a mesma força intempestiva de suas palavras, nas quais, e nas imagens
escultóricas e pictóricas, reconhece-se C. Ronald como alguém que não se dobra
a nenhum sistema, revelando o homem como ele é em sua dupla natureza –
dionisíaco e apolíneo.
A mostra, de 20 de setembro a 28 de outubro, também apresenta um documentário substancial sobre C. Ronald,
realizado por Maurício Muniz. Nele você pode constatar, dentre outras coisas
não menos importantes, porque, quando criança, espatifou um violino. (J.S.)
Um comentário:
Caro Ronald: ali, no final de meu comentário, deveria ter dito que o violino espatifado foi teu primeiro ato poético. Ali nascia o poeta, e um poeta que pode dizer, como poucos, Caro Rimbaud.
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