Redação do blog
O artista alemão Joseph Beuys (1921-1980) juntou vida
e ficção da vida, criando a sua mitologia artística. Nasceu, conforme suas
palavras, “de uma ferida contida com esparadrapo”. Estudou medicina, sobreviveu
a um desastre de avião, sendo curado com feltro e gordura animal por nativos.
Ao retornar à civilização, “enfrentou uma crise profunda, familiar a todos os
grandes artistas, que lhe permitiu elaborar os princípios básicos de sua arte”.
Além de realizar a plenitude da arte do reanimar,
Joseph Beuys deu voz à outra de suas vocações, a pedagogia através da palavra
dita e escrita. É que ele acreditava na potencialidade humana para a arte,
perdida, oprimida, desviada por tantos fatores. Foi assim que levou a efeito a
natureza própria do pedagogo, que é aquele que mostra o caminho do saber,
formulando seus ensinamentos como postulados
da reversão. Reversão por evitar o ensino tradicional da arte com os
habituais e inibidores meios técnicos e estéticos.
O primeiro postulado diz respeito à presença do
artista em ação comportamental, expondo suas ideias como obra da fala; o
segundo postulado refere-se à perda de sentido existencial e de conhecimento
essencial, propondo o retorno ao saber elementar; o terceiro postulado é uma
estratégia reflexiva sobre o ensino que, ao ser proferido, torna-se uma lição
que deve ser propagada: qualquer pessoa pode ser ensinada e fazer o mesmo.
(J.S.)
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