segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mitologia do artista (Joseph Beuys)

Redação do blog



O artista alemão Joseph Beuys (1921-1980) juntou vida e ficção da vida, criando a sua mitologia artística. Nasceu, conforme suas palavras, “de uma ferida contida com esparadrapo”. Estudou medicina, sobreviveu a um desastre de avião, sendo curado com feltro e gordura animal por nativos. Ao retornar à civilização, “enfrentou uma crise profunda, familiar a todos os grandes artistas, que lhe permitiu elaborar os princípios básicos de sua arte”.
Além de realizar a plenitude da arte do reanimar, Joseph Beuys deu voz à outra de suas vocações, a pedagogia através da palavra dita e escrita. É que ele acreditava na potencialidade humana para a arte, perdida, oprimida, desviada por tantos fatores. Foi assim que levou a efeito a natureza própria do pedagogo, que é aquele que mostra o caminho do saber, formulando seus ensinamentos como postulados da reversão. Reversão por evitar o ensino tradicional da arte com os habituais e inibidores meios técnicos e estéticos.
O primeiro postulado diz respeito à presença do artista em ação comportamental, expondo suas ideias como obra da fala; o segundo postulado refere-se à perda de sentido existencial e de conhecimento essencial, propondo o retorno ao saber elementar; o terceiro postulado é uma estratégia reflexiva sobre o ensino que, ao ser proferido, torna-se uma lição que deve ser propagada: qualquer pessoa pode ser ensinada e fazer o mesmo. (J.S.)


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