sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Poemas de Georg Trakl


Tradução de Luiz Carlos Mesquita e Jayro Schmidt



Georg Trakl

A NOVALIS

Em terra escura descansa o sagrado estrangeiro.
Da suave boca Deus tomou-lhe o lamento,
Lá ele feneceu em seu desabrochar.
Uma flor azul,
Sua canção permanece na casa noturna das dores.




Karl Kraus

KARL KRAUS

Branco pontífice da verdade,
Voz cristalina, onde habita o glacial sopro divino,
Feiticeiro irado,
Sob cujo manto flamejante tilinta a armadura azul do guerreiro.




Kaspar Hauzer

CANÇÃO DE KASPAR HAUSER

Para Bessie Loos

Ele de fato amava o sol, que purpúreo descia a colina,
Os caminhos da floresta, o canto do pássaro negro
E a alegria do verde.

Sério era seu morar na sombra da árvore
E pura sua face.
Deus disse uma suave chama a seu coração:
Homem!

Em silêncio, no entardecer, seu passo encontrou a cidade;
O obscuro lamento de sua boca:
Quero tornar-me cavaleiro.

Mas arbustos e animais o seguiam,
Casa e jardim crepuscular dos homens brancos
E procurava-o seu assassino.

Primavera e verão e belo o outono
Do justo, seu passo silencioso
Nos escuros aposentos dos sonhadores.
Durante as noites ficava sozinho com sua estrela;

Viu que a neve caíra sobre os galhos nus
E no corredor da casa crepuscular a sombra do assassino.

Prateada tombou a cabeça não nascida.


Tradução de Luiz Carlos Mesquita e Jayro Schmidt



Um comentário:

Daniel Ballester disse...


El amaba sin duda el sol que por la colina bajaba purpúreo,
los caminos del bosque, el negro pájaro cantor
y el verdor alegre del follaje.

Gravemente moraba a la sombra del árbol
y era puro su rostro.
Dios habló, dulce llama, a su corazón:
¡Oh criatura!

Al caer de la tarde encontraron en calma sus pasos la ciudad;
el oscuro reclamo de su boca:
Quiero ser un jinete.

Lo seguían empero el árbol y la bestia,
la casa, el jardín vespertino de hombres blancos
y su asesino iba en su busca.

Primavera y verano y hermoso el otoño
del justo, su leve paso
al lado de las oscuras alcobas de los hombres que sueñan.
De noche se quedaba solo con su estrella;

vio que caía la nieve en la rama desnuda
y en la sombra vespertina del zaguán la sombra del asesino.

Plateada cayó la cabeza del que no nació.

Traducciòn Americo Ferrari