Tenho
que voltar a aprender a escritura. Aprender o básico, os primeiros oito passos
que são os que curvam até o dom ou até a servidão.
A
postura
a
inclinação caligráfica da vontade
a
forma da ostra
o
tom, a melodia, a vibração
o
desenlace
o
título
e
por último
o
movimento da mentira sob a sombra fresca da verdade ocupando territórios hostis
à borda do roçar
imaginado
umbral.
Enquanto
isso
retomo
toda a carga
com
a arte da maquiagem
isto
é
conjugo
os ossos de esperança
encho
as narinas de ar
agito
os braços como o afogado de Artaud o Om
altero
a visão dos vínculos espaciais
musimescalizo
o tartamudeio do mudo.
Devo
balbuciar
outra vez a frase primigênia
acercar
a magia do berço do mago para mexer a barriga do relâmpago.
Nossa
cama, nosso verbo.
Quer
aprender a escrever
nossa
noite não.
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Diálogo musical
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