GRODEK
Am
Abend tönen die herbstlichen Wälder
Von
tödlichen Waffen, die goldnen Ebenen
Und
blauen Seen, darüber die Sonne
Düstrer
hinrollt; umfängt die Nacht
Sterbende
Krieger, die wilde Klage
Ihrer
zerbrochenen Münder.
Doch
stille dammelt im Weidengrund
Rotes
Gewölk, darin ein zürnender Gott wohnt,
Das
vergoßne Blut sich, mondne Klühle;
Alle Straßen münden in schwarze Verwesung.
Unter goldnem Gezweig der Nacht und Sternen
Es schwankt der Schwester Schatten durch den
schweigenden Hain,
Zu grüßen die Geister des Helden, die blutenden
Häupter;
Und leise tönen im Rohr die dunkeln Flöten des
Herbstes.
O stolzere Trauer! Ihr ehernen Altäre,
Die heiße Flamme des Geistes nährt heute ein
gewaltiger Schmerz,
Die
ungebornen Enkel.
GRODEK
No
anoitecer soam florestas outonais
De
armas mortíferas, as planíceis douradas
E
lagos azuis, por cima o sol
Lúgubre
circunda; a noite envolve
Guerreiros
agonizantes, o lamento selvagem
De
suas bocas mutiladas.
E
na campina reúne-se
Neblina
vermelha, onde habita um deus irado,
O
sangue derramado, frescor lunar;
Todos
os caminhos desembocam em negra putrefação.
Sob
ramos dourados da noite e estrelas
Oscila
a sombra da irmã no mudo bosque,
Para
saudar os espíritos dos heróis, cabeças exangues;
E
os juncos ecoam serenos as escuras flautas do outono.
Oh,
orgulhoso luto! Vós, férreos altares!
Hoje
se alimenta de dor horripilante a chama ardente do espírito,
Os
netos que não nasceram.
Tradução de Luiz Carlos Mesquita e Jayro Schmidt
Georg Trakl, Salsburgo, Áustria,
1887-1914. Esteve na frente de batalha em Grodek, na Galícia, durante a
Primeira Guerra Mundial, em 1914. Com alguns conhecimentos de farmácia, cuidou
dos feridos, e, ao retornar, escreveu Grodek,
seu último poema, aos 27 anos.
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