domingo, 21 de outubro de 2012

Cronópio (Julio Cortázar)

Redação do blog


Julio Cortázar


Julio Cortázar (1914-1984), escritor argentino nascido em Bruxelas. Viveu em Paris e motivou o boom da literatura Latino Americana.
A responsabilidade de Cortázar foi com a linguagem, mesmo de conteúdo político. É por isso que as teorias ideológicas pouco serviram e servem para abordá-lo. Tanto é que ao comentarem a sua obra, os teóricos ideais erraram em todos os sentidos como o tempo se encarregou de mostrar.
Sábio o tempo e sábio Cortázar que dele fez a sua matéria predileta, porém em outra dimensão por não ter deixado de exercer a “suspensão da incredulidade” de Coleridge. E foi aí e de seus arredores que o combateram enquanto tirava ouro do nariz ou ria como Kundry ao ver o globo terrestre estremecer. Um riso crítico, naturalmente.
Além disso, ou quem sabe por isso, poucos estavam dispostos a admitir que sua palavra fizesse do lúdico uma desconstrução da realidade, o que o situou como um dos mais completos inovadores de condutas que estão prescritas no ensaio-manifesto “Teoria do túnel”, que vai direto ao alvo em seu início ao dizer que a redução do humano ao estético, a serviço de ideais, foi um “radiante fracasso”.
Cortázar foi um gigante em capacidade mental, a ponto de dizer que escrevia “desde um interstício”, chegando a uma ficção que pode ser chamada de infrafina. (J.S.)




Um comentário:

Daniel Ballester disse...

OBJETOS PERDIDOS

Por veredas de sueño y habitaciones sordas
tus rendidos veranos me aceleran con sus cantos.
Una cifra vigilante y sigilosa
va por los arrabales llamándome y llamándome
pero qué falta, dime, en la tarjeta diminuta
donde están tu nombre, tu calle y tu desvelo
si la cifra se mezcla con las letras del sueño,
si solamente estás donde ya no te busco.

JC. Mendoza, Argentina 1944